O painel sobre as perspectivas da economia global como um todo, e especificamente sobre a agroindústria, realizado no Congresso ANUFOOD Brazil 2020, aberta hoje (9) no São Paulo Expo, reuniu dois gigantes do setor: Joaquim Levy, ex-ministro da Fazenda, e Alexandre Mendonça de Barros, engenheiro agrônomo e sócio-diretor da MBAgro.
Levy dividiu sua rápida palestra em duas partes, dedicadas a Estados Unidos e China. Em comum, ambos estão crescendo e acumulando riscos. “Nos EUA, enquanto o ritmo se mantém estável e a música segue tocando, tudo bem. Mas em algum momento, um ajuste se fará necessário”, disse. “Já com a China, existe uma mudança da composição de sua economia, voltada cada vez mais ao consumo e não mais ao investimento”.
Independentemente do que ocorra daqui para frente, com desafios tecnológicos e ambientais, o mundo precisa comer, pontuou Levy. E, nesse sentido, complementou Mendonça de Barros, não se pode negar a posição de liderança que o Brasil possui, como um dos maiores produtores de alimentos do mundo.
“A peste suína africana, e a forma como ela acometeu a suinocultura chinesa, é um ótimo exemplo. Ela só ocorreu porque a China tem um baixo padrão sanitário. O Brasil nesse campo está bem à frente”, afirmou Barros. “Por causa disso, estamos vendendo mais carne e grãos. E essas exportações devem se consolidar em um nível de preço muito bom”.
Para Barros, está aberta uma gigantesca porta de oportunidade para o Brasil. “Se formos inteligentes, mostraremos que podemos alimentar o mundo com uma perspectiva sustentável”.
O encerramento do painel coube a Igor Brandão, gerente de agronegócio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento (Apex). Ele falou sobre o papel que a organização assume nesse contexto e o que ela está planejando para aumentar ainda mais o investimento e as vendas do agro brasileiro.